teus-olhos

Nunca antes eu vi tais olhos em minha vida. Teus segredos, tu os escondes bem, mas não o bastante para quem sabe como olhar. As janelas da alma sempre estão abertas para aqueles que sabem ver – e, ah, minha cara, como meus olhos perfuram quaisquer opacidades!

E o que encontrei aí, nos recessos ocultos de teu ser? Um mar, um oceano, um universo no qual a navegante errante deseja explorar, deseja conhecer, talvez até mesmo aportar. Cansa-me passar pelas tendas à noite e vê-las cheias e felizes, enquanto eu apenas passo, solitária, sem ter uma para me abrigar da lua e das estrelas. Talvez, quem sabe, exista repouso para esta rapsoda cansada em algum recôncavo, algum nicho perdido até de ti mesma, mas que pode ser encontrado se tu te permitires.

Eis a questão: te permitirás?

Crédito pela imagem: Sophia Moran, “Brown eyes in the sunlight after a snowfall and the snow was reflecting light”, 2019, Licença CC-BY 4.0 Internacional, https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brown_eyes_in_the_sunlight.jpg

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Teus Olhos Lu Cavalheiro (@lu.cicerone.cavalheiro) Licença CC-BY-SA 4.0 Internacional

Como mergulho em teus olhos densos de castanho vívido Sem querer sair deles para nada mais em minha existência Tão profundos, tão densos, reais para além da querência Desse meu velho espírito por tantas lutas já combalido

Por que escondes tuas potências sob o véu da tristeza? Por que finges não ser a deidade que nasceste para ser? Por que temes reclamar para si o que fizeste por merecer? Por que cerra as portas para mim, amante de tal beleza?

Afundo-me em tua alma, nado na tua essência, me refestelo Tal navegante a singrar perdido pelos mares da realidade Tenho as esperanças renovadas ao avistar majestoso castelo

Sorri uma vez só para mim em aquiescência à minha vontade Abre-te junto a mim para o que há neste mundo de mais belo E experimenta por um dia que seja usufruir de tua liberdade